MODO HUMANO

MODO HUMANO

terça-feira, 29 de novembro de 2011

TEXTOS SAGRADOS

  1. Fazer uma pequena pesquisa sobre um destes textos sagrados, aprofundando o que já foi colocado aqui.
  2. Escolher  outro texto sagrado e dar uma opinião crítica sobre ele.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PROJETO DE VIDA

RELIGIÕES INDÍGENAS





RELIGIÕES INDÍGENAS
O conhecimento do fenômeno religioso nas tradições  indígenas sugere 
um repensar sobre o nosso conceito acerca desses povos e sua milenar 
sabedoria e cultura. Desde a colonização, os povos 
indígenas têm sido explorados e excluídos ao longo da 
história do Brasil.  
O que podemos aprender com a sua rica cultura e 
tradição? Como podemos contribuir para que os índios 
se integrem na sociedade sem perder a sua 
identidade? Muitas vezes a mídia apresenta-os como 
ingênuos e incapazes; povos condenados à 
desintegração social. Porém, apesar do preconceito,
discriminação e exclusão de que são vítimas, existem 
comunidades indígenas que têm mostrado o seu valor e 
habilidade para conviver na sociedade de hoje, buscando resgatar e preservar 
a sua história e cultura, sem perder o seu referencial. Um exemplo disso são as 
várias comunidades indígenas do Xingu, no Mato Grosso. “O Parque Indígena 
do Xingu engloba, em sua porção sul, a área cultural conhecida como Alto 
Xingu, integrada pelos Aweti, Kalapalo, Kamaiurá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, 
Nahukuá, Trumai, Wauja e Yawalapiti. A despeito de sua variedade lingüística, 
esses povos caracterizam-se por uma grande similaridade no seu modo de 
vida e visão de mundo. Estão ainda articulados numa rede de trocas 
especializadas, casamentos e rituais inter-aldeias. Entretanto, cada um desses 
grupos faz questão de cultivar sua identidade étnica e, se o intercâmbio 
cerimonial e econômico celebra a sociedade alto-xinguana, promove também a 
celebração de suas diferenças”. 
Os índios querem continuar sendo índios e têm esse direito assegurado 
na Constituição do nosso país. “São reconhecidos aos índios sua organização 
social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as 
terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, 
proteger e fazer respeitar todos os seus bens.” (Constituição Federal – Art. 
231).  
Conhecer as expressões religiosas dos povos indígenas permite 
compreender melhor a sua cultura e superar o preconceito que muitos ainda 
têm em relação ao índio e seu modo de vida.  
As influências da cultura do branco e das religiões, principalmente de 
matriz cristã, impregnaram suas crenças e costumes, na maioria das vezes de 
forma negativa, levando muitos índios a perderem sua identidade. Cabe hoje a 
todos os cidadãos conscientes defender os direitos  de liberdade e dignidade 
dos povos indígenas do Brasil. 
O índio acima de tudo como ser humano deve ser respeitado. Sua 
cultura precisa ser preservada, conhecida, resgatada e valorizada para que ele 
tenha condições dignas de vida na sociedade contemporânea.
ESTRUTURA DAS RELIGIÕES INDÍGENAS - A estrutura das religiões 
indígenas é sólida e muito bem elaborada, permitindo a equilibração do homem 
com o meio intra e extra psíquico. A harmonia deste com a Mãe Terra é 
condição básica para sua sobrevivência e é, portanto, elemento inseparável de 
seus ritos e encontro com a transcendência. 
RELIGIÕES MARCADAS PELA PRATICIDADE - As religiões indígenas 
caracterizam-se pela praticidade, tudo gira em torno da experiência do sagrado 
e não numa fundamentação teórica. O cotidiano da vida está impregnado de 
religiosidade. A vida na aldeia é vivida de modo contextualizado, a religião é 
parte integrante da vida. 
RELIGIÕES DIFERENTES ENTRE SI - As tradições religiosas indígenas 
são diferentes entre si, há uma diversidade de povos e culturas que se 
distinguem no tipo biológico, línguas, costumes, ritos, organização social, etc. 
Suas religiões são profundamente marcadas por rituais nos quais os mitos são 
revividos com intensidade de modo que em algumas comunidades os 
participantes no ato ritualístico sentem-se parte da divindade. As práticas 
religiosos caracterizam-se de ritos de defumação, entoação de cantos, uso de 
instrumentos musicais, incorporação, transe e uso de remédios retirados das 
plantas e ervas. 
A IDÉIA E A REPRESENTAÇÃO DO TRANSCENDENTE -  O 
Transcendente (Deus) em algumas tribos é compreendido como um ser 
natural, bondoso, que gosta de todos e que está em paz com todos os seres. 
Algumas nações acreditam no Transcendente como um Ser Superior e em 
seres menores, seus auxiliares.  
Há também religiões que acreditam num mundo espiritual povoado de 
divindades (espíritos), sem uma hierarquia definida entre eles. São os espíritos 
dos ancestrais, os espíritos das florestas, das ervas medicinais, entre outros. 
Os espíritos maus devem ser apaziguados e os bons devem ser 
convencidos a ajudá-los. Os nomes dados à divindade superior e aos espíritos 
variam de uma nação para outra: Maíra, Itukoóviti (aquele que criou todas as 
coisas), Nhyanderú, Nhyanderuvusú, Nhyanderupapá, etc.  
Entretanto, a maioria das tribos dá mais atenção às mitologias de heróis 
míticos, caracterizados como heróis civilizadores,  que  ensinaram técnicas, 
costumes, ritos e as regras sociais aos membros da tribo.  6 
Em algumas tribos o sol ou a névoa que cobre as florestas à tardinha ou 
de manhã é considerado como o reflexo e a representação ou manifestação do 
Ser Supremo ou das divindades. Contudo, cada nação  concebe o 
Transcendente e o representa de forma diversa.
SABEDORIA DOS ANTEPASSADOS - A sabedoria dos antepassados 
é preservada através da oralidade. Honrar os ancestrais constitui-se o centro 
da ética religiosa indígena.  
TEXTO SAGRADO - O texto sagrado é transmitido na forma oral. São 
histórias míticas que os sábios anciões contam oralmente para toda a tribo, 
preservando assim a sabedoria e a tradição.  
Os mitos falam geralmente da origem e transformação do universo, da 
vida, das outras nações indígenas, dos fenômenos de ordem espiritual ou 
sobrenatural que acontecem com as pessoas na aldeia. Contam como os 
homens aprenderam a cultivar a terra, a fabricar os instrumentos, qual a 
posição de sua sociedade tribal em relação às outras, quem instituiu as suas 
regras sociais e ritos religiosos, o que acontece com as pessoas depois da 
morte, etc. Atualmente, porém, algumas comunidades  indígenas  utilizam a 
escrita. 7 
RELAÇÃO COM A TERRA, UMA QUESTÃO RELIGIOSA - A terra é de 
todos, é a propriedade coletiva. A relação com a terra passa pela questão 
religiosa. A terra é o espaço de vida, lugar para se viver bem, ela é chamada 
de “Mãe Terra”. O índio sente-se acolhido pela Mãe  Terra. Ao contrário do 
homem capitalista, que vê a terra como meio de produção e exploração, 
visando apenas o lucro pessoal e egoístico, o índio estabelece um 
relacionamento de afeto com a Terra, vendo nela uma mãe, que o acolhe 
generosamente. Assim, a relação com a Terra passa pela questão religiosa. 
Deus, “o Grande Espírito”, “o Grande Pai” ou “o Grande Avô” ordena e orienta 
para que se trate bem a natureza por que a vida de  todos na comunidade 
depende dela.  
A IDÉIA DO DEUS TUPÃ - “Muita gente acredita ser Tupã o principal deus 
das crenças indígenas. (Mas a verdade é outra). Tupã é um ser sobrenatural 
em que somente os índios que falam língua do tronco Tupi acreditam. Os 
demais indígenas não conheciam Tupã, pelo menos antes do contato com os 
homens civilizados. 
Mesmo para os índios do tronco Tupi, o ser que denominam Tupã não é 
considerado de modo nenhum o principal dos entes sobrenaturais. Para eles, 
Tupã é como um (espírito) que controla o raio e o trovão, podendo, por isso, 
provocar morte e destruição. Foram os primeiros missionários que, ao 
ensinarem a doutrina cristã aos índios, na língua destes, procuraram expressar 
o conceito que os cristãos faziam de Deus com o termo Tupã. O termo foi  mal 
escolhido, uma vez que são completamente discordantes a idéia que os 
cristãos fazem de Deus e a idéia que os índios fazem de Tupã. Mas o erro dos 9 
missionários perdurou e até hoje muitos afirmam que Tupã é a principal 
divindade indígena.” (Julio Cezar Melatti – Índios do Brasil – Ed. Hucitec).

1) Utilizando tua criatividade, ilustra o texto( no lado direito), conforme o que aprendeste ao lê-lo.
2) Destacar 3 subtítulos, fazer um comentário crítico e dar um exemplo para cada um.